11 de junho de 2018

Em Águas Sombrias - Paula Hawkins



Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu apelo por ajuda. Agora Nel está morta. Dizem que ela se suicidou. E Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre para cuidar da filha adolescente que a irmã deixou para trás.
Mas Jules está com medo. Com um medo visceral. De seu passado há muito enterrado, da velha Casa do Moinho, de saber que Nel jamais teria se jogado para a morte. E, acima de tudo, ela está com medo do rio, e do trecho que todos chamam de Poço dos Afogamentos…
Com a mesma escrita frenética e a mesma noção precisa dos instintos humanos que cativaram milhões de leitores ao redor do mundo em seu explosivo livro de estreia, A garota no trem, Paula Hawkins nos presenteia com uma leitura vigorosa e que supera quaisquer expectativas, partindo das histórias que contamos sobre nosso passado e do poder que elas têm de destruir a vida que levamos no presente.

RESENHA:
11/06/2018

Paula Hawkins tem o dom de criar personagens que não cativam, que o leitor não consegue ter afinidade justamente por torná-los tão humanos e reais com seus defeitos e manias.
Esperei muito por esse livro depois de ter lido A Garota no trem, gênero que faz minha cabeça totalmente mas quando começou a sair as primeiras resenhas perdi um pouco da empolgação. Foram tantas pessoas dizendo que o livro era confuso, que o excesso de personagens tornava a estória cansativa e etc que no fim fui deixando pra depois.
Agora venho dizer que não tem nada de confuso nessa estória. Tem sim vários personagens mas cada um com sua importância para o desenvolvimento do trama e foi a quantidade de estórias paralelas que tornou o livro mais interessante, pois conhecemos a mesma por vários pontos de vista diferentes.
Todos eles tem motivos, todos eles escondem segredos. Qualquer dificuldade em identificá-los, basta algumas poucas anotações que rapidamente você os reconhece durante a leitura.
Não é um enredo arrebatador com um final chocante, porém a trama é muito bem desenvolvida, tanto a narrativa quanto os diálogos são simples e descomplicados, permitindo que o leitor interaja facilmente com os personagens.

Os capítulos são curtos e divididos em narrativas diferentes, algumas em primeira pessoa, outras em terceira. Temos também uma variação de tempo e algumas partes em que a narrativa se apresenta em forma de conto de um livro.

Jules volta pra cidade natal após a morte da irmã e se torna responsável pela guarda da sobrinha, quem nunca conheceu. Ela e a irmã não se falam há muitos anos devido à magoas do passado que nunca foram esclarecidas.
Com um intervalo de morte de apenas 2 meses entre a Nell e a Katie no mesmo lugar, algumas pessoas começam a achar que pode haver algo mais relacionado à essas mortes que apenas coincidência.
O Poço dos afogamentos têm várias estórias de suícidio para contar e era sobre isso que Nell estava escrevendo quando morreu.
Se as mortes têm relação uma com as outras ou não iremos descobrir e tirar nossas próprias conclusões durante as narrativas intercaladas, que muitas vezes irão deixar mais dúvidas que esclarecê-las.
Ainda que o final não tenha me pego de supresa, eu gostei. O que diminuiu a nota foi a falta de explicação para dois personagens. A autora dá a entender mas não esclarece, algo que agrada uns leitores mas desagrada outros como é meu caso.
Enfim, gostei do livro como um todo, da maneira como foi narrado até a profundidade dos personagens. A gente sabe que o livro é bom quando você não se apega à nenhum personagem e mesmo assim gosta da estória.
Recomendo! Paula Hawkins tem uma leitora fiel aqui.


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