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28 de julho de 2020

Enterre seus mortos - Ana Paula Maia


Uma habilidosa mescla de novela policial, faroeste de horror e romance filosófico, escrito por uma das vozes mais originais da literatura brasileira contemporânea.

Edgar Wilson é “um homem simples que executa tarefas”. Trabalha no órgão responsável por recolher animais mortos em estradas e levá-los para um depósito onde são triturados num grande moedor. Seu colega de profissão, Tomás, é um ex-padre excomungado pela Igreja Católica que distribui extrema unção aos moribundos vítimas de acidentes fatais que cruzam seu caminho. A rotina de Edgar Wilson, absurda em sua pacatez, é alterada quando ele se depara com o corpo de uma mulher enforcada dentro da mata. Quando descobre que a polícia não possui recursos para recolhê-lo — o rabecão está quebrado —, o funcionário é incapaz de deixá-lo à mercê dos abutres e decide rebocar o cadáver clandestinamente até o depósito, onde o guarda num velho freezer, à espera de um policial que, quando chega, não pode resolver a situação. Nos próximos dias, o improvisado esquife receberá ainda outro achado de Wilson, o lacônico herói deste desolador romance kafkiano: desta vez o corpo de um homem.
Habituados a conviver com a brutalidade, Edgar e Tomás não se abalam diante da morte, mas conhecem a fronteira, pela qual transitam diariamente, entre o bem e o mal, o homem e o animal. Enquanto Tomás se empenha em salvar a alma, Edgar se preocupa com a carcaça daqueles que cruzam seu caminho. Por isso, os dois decidem dar um fim digno àqueles infelizes cadáveres. Em sua tentativa de devolvê-los ao curso da normalidade, palavra fugidia no universo que Ana Paula Maia constrói magistralmente, os dois removedores de animais mortos conhecerão o insalubre destino de seus semelhantes.

Com uma linguagem seca, que mimetiza as estradas pelas quais o romance se desenrola, a autora faz brotar questões existenciais de difícil resolução. O resultado é uma inusitada mescla de romance filosófico e faroeste que revela o poderoso projeto literário de Maia.

RESENHA:
28/07/2020

A sinopse do livro por si só já é um resumo. Como o e-book tem apenas 111 páginas — e dá pra ler numa pegada só — não sobrou muito pra contar.  

Aqui os dois personagens principais — Edgar e Tomás — são responsáveis por recolher animais mortos das estradas. Pra Edgar é emprego fixo, já para Tomás que é um ex padre, apenas um trabalho extra que ele aproveita para dar extrema unção quando encontra acidentes mais graves. 
A cidadezinha sem nome definido, é largada à Deus dará, onde não tem nem mesmo um rabecão que funcione para transportar corpos e é por esse motivo que os dois amigos quando encontram um corpo de uma mulher enforcada e em seguida o de um homem, resolvem eles mesmos leva-los até o IML mais próximo. 
Até que consigam dar o desfecho merecido à esses corpos, eles encontrarão alguns percalços pelo caminho.  

Não se trata da resolução dos crimes mas sim da maneira com que a vida humana é tratada. Um texto reflexivo e que choca muitas vezes. Porém o que mais me incomodou durante a curta leitura, foram as cenas que se repetiram e com excesso de descrição. 
Nem saberia dizer quantas vezes li que "ele acendeu um cigarro, jogou no chão e apagou com a sola da bota". 
O mesmo para os detalhes para cada movimento que o personagem fazia, coisas irrelevantes para a estória. 
No mais, quero deixar claro que a escrita da autora é excelente, com um vocabulário vasto. 
Um bom livro apesar de não ter curtido a estória em si, mas vale para reflexões. 
O gênero? "Uma mescla de novela policial, faroeste de horror e romance filosófico"

Nota: 3 ★


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