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30 de dezembro de 2020

Para Toda a Eternidade - Caitlin Doughty

 

A morte é inevitável. Lembrar que um dia morreremos ainda gera desconforto em muita gente; discutir as possibilidades para a cerimônia de despedida, então, é impensável. Bem, não para Caitlin Doughty, agente funerária, criadora do grupo The Order of the Good Death.  

Alguns leitores já conhecem a escrita divertida e realista de Caitlin, mas, para quem ainda não teve o prazer de ler Confissões do Crematório, a Caveira explica: ainda jovem, Caitlin conseguiu emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais do que imaginava barbeando cadáveres e preparando corpos para a incineração.
Em seu primeiro livro, ela compartilha histórias reais do dia a dia de uma casa funerária. Já Para Toda a Eternidade é o fruto de uma jornada global para conhecer o mundo de mãos dadas com a morte. Através das palavras poderosas de Caitlin Doughty e das ilustrações deslumbrantes do artista Landis Blair, vemos como outras culturas lidam com o fim da vida enquanto entendemos a nossa relação com o assunto.
Na Indonésia, Caitlin observa enquanto um homem limpa e veste o corpo mumificado de seu avô, que mora na casa da família há dois anos. Em La Paz, ela conhece as ñatitas bolivianas (crânios humanos que fazem a ponte entre os mundos dos vivos e dos mortos). E em Tóquio, ela se depara com a cerimônia do kotsuage, na qual parentes utilizam palitinhos para coletar os ossos de seus entes queridos das cinzas da cremação.
Narrando cada ritual de maneira respeitosa ao mesmo tempo em que insere contornos históricos e também pessoais ao texto, Caitlin investiga a história funerária no mundo, apresentando soluções inusitadas, e inicia a discussão: existe jeito certo de se despedir das pessoas que você ama? O que parece um tabu para nós pode ser transformador para quem fica.
Acima de tudo, Para Toda a Eternidade é uma lição de empatia, acolhimento e solidariedade. Uma volta ao mundo de uma perspectiva inusitada — mas enriquecedora na mesma medida. Temos muito a aprender com a morte. 

RESENHA:
30/12/2020

Já conhecia a escrita da Caitlin e por ter gostado tanto do seu primeiro livro, nem tive dúvidas em adquirir esse.
Através de uma narrativa dinâmica e envolvente, a autora nos mostra os rituais e costumes de alguns lugares que ela visitou para seu livro.
Ela descreve com muita precisão os funerais, locais e algumas ilustrações compõe o cenário e traz mais entendimento à narrativa.

É um livro que não dá pra resenhar, a experiência que ela viveu nesses lugares devem ser compartilhada com todos. É muito esclarecedor e traz certo conforto em algumas situações e também vai derrubando certos mitos de que esse ou aquele ritual é o correto. O que para mim pode ser chocante, em outras culturas é normal e devo dizer, bem mais reconfortante para aqueles que ficam. A maneira com que eles lidam com o luto, sem evitar nenhuma fase, faz com que consigam seguir em frente com mais facilidade sem desrespeitar a memória dos entes queridos.

Marquei muitas passagens desse livro, frases e ensinamentos que me tocaram muito, sem contar a riqueza do conteúdo. A autora compartilha muito conhecimento e aprendi muita coisa durante a leitura.
Espero que ela continue compartilhando essas experiências :)

"Uma perda importante nos coloca em contato com os sentimentos humanos mais difíceis: medo, desamparo, tristeza, angústia, solidão, dor, vazio, desespero. Quem passa por essa experiência deve ter direito a alívio e consolo, com acesso a lugares de segurança para expressar o luto. Se alguém começar a chorar copiosamente no meio de um supermercado, pode parecer estranho ou constrangedor, mas em um cemitério as lágrimas são normais e legítimas. Velórios, cemitérios e crematórios são lugares seguros, onde é permitido falar da pessoa que se foi, chorar e demorar o tempo que for necessário nesse sentir. Quando se perde alguém, o primeiro lugar de segurança é o funeral. A dor é de todos e a presença dos amigos e familiares aquece a alma."

Nota: 4 ★

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27 de dezembro de 2020

Reconstruindo Amelia - Kimberly McCreight

 

Kate Baron, uma bem-sucedida advo­gada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda. Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição? 
Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas. 
Amelia está morta. 
Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia. 
Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora? 
Suas convicções sobre a tragédia e a pró­pria filha estão prestes a mudar quan­do, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular: 
Amelia não pulou. 
Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Fa­cebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página.

RESENHA:
27/12/2020

Esse livro está há muito tempo na minha estante e finalmente decidi ler, mas quase parei pela metade. Não que estivesse ruim, só não tinha muitos acontecimentos que prendesse minha atenção, mas achei que ainda assim a leitura acabaria valendo a pena e estava certa.

Kate recebe uma ligação do colégio onde sua filha acaba de ser suspensa, o que a deixa mais assustada que brava, já que Amelia sempre foi uma aluna exemplar.
Depois de alguns contratempos ela consegue chegar no colégio, ainda que bem mais tarde que o combinado mas infelizmente sua filha já estava morta. Tudo indica que Amelia tirou a própria vida e esse é o relatório conclusivo da polícia.
Depois de algumas semanas, Kate recebe uma mensagem de um número bloqueado dizendo que sua filha não se matou e ela começa a se questionar por ter aceitado esse desfecho tão facilmente. Amelia jamais se suicidaria.
E é a partir daí que Kate vai começar a investigar e procurar repostas para essa tragédia e em meio a mensagens por celular e emails ela vai descobrir muito sobre a vida da filha, coisas que ela nem imaginava.
A trama vai abordar muito sobre bulling e precisa ter estômago para aguentar tanta maldade vindo de gente com tão pouca idade. As cenas e diálogos são tão bem desenvolvidos que você tem vontade de pegar algumas pessoas e estapear até a mão cansar!
Independente do rumo que a estória toma, você sabe que o desfecho será triste de qualquer maneira. A estória é narrada em dois tempos, no passado pela Amelia, contando os últimos dias até o dia da tragédia e no presente pela mãe dela em busca da verdade.
Apesar do começo ser lento, depois que a estória se desenvolve ela segue no mesmo ritmo até o final.
Eu gostei muito do livro, mas achei que algumas pessoas não tiveram o que mereciam e faltou profundidade na explicação de algumas delas.
Depois de tanta gente ruim reunida, a gente quer mais é que todo mundo pague! Amelia era um menina com todo um futuro brilhante pela frente e sua mãe terá que conviver com sua ausência e com suas próprias culpas.

Nota: 4 ★

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17 de dezembro de 2020

Alguém que você conhece - Shari Lapena

 

Alguém que você conhece, Shari Lapena, Thriller Doméstico, Thriller Psicológico

Você acha que conhece seus vizinhos. Mas será que sabe exatamente o que acontece depois que a porta é fechada? De Shari Lapena, autora de Um casal que mora ao lado, Alguém que você conhece é um suspense eletrizante e repleto de reviravoltas, escolhido pela TAG Inéditos.

Em um pacato bairro, todos se conhecem. As famílias são simpáticas e prestativas; as mulheres participam do mesmo clube do livro, os maridos estão sempre juntos nos fins de semana e, como pais, todos compartilham das mesmas dificuldades de criar os filhos. É para esse ambiente acolhedor que o jovem casal Amanda e Robert Pierce decide se mudar. Dona de uma beleza avassaladora, Amanda atrai olhares por onde passa. Robert também desperta a fantasia de algumas donas de casa, mas parece completamente devotado à mulher. Então todos ficam chocados quando ele vai à delegacia relatar o desaparecimento da esposa, depois de ela não retornar de uma suposta viagem com uma amiga.
O que muitos não imaginam é que, dentro de cada casa daquela sossegada vizinhança, depois que a porta é fechada, nada é o que parece. Todos têm algo a esconder: Olivia e Paul Sharpe sabem que o filho adolescente anda arrombando a casa dos vizinhos; Beck e Larry Harris não estão sendo mais tão sinceros um com o outro; Glenda e Keith Newell enfrentam dificuldades em lidar com o vício do filho de dezesseis anos; Amanda e Robert não formam nem de longe um casal perfeito. Mas a única pessoa que parece abalada é Carmine Torres, uma nova moradora, que fará de tudo para descobrir quem invadiu sua casa.
Mas a paranoia se instala mesmo no bairro quando o corpo de Amanda é encontrado pela polícia. Ela foi brutalmente assassinada. Quem poderia tê-la matado? Será que alguém entre eles sabe mais do que está contando?

RESENHA:
17/12/2020

Mais um thriller da Shari Lapena (O casal que mora ao lado e Uma estranha em casa) e com esse não foi diferente. A trama é ágil e recheada de segredos e traições.

Nesse livro vamos conhecer a estória de algumas famílias da mesma vizinhança que após um terrível assassinato, vira de cabeça de baixo. Aqui ninguém é tão inocente quanto aparenta e todos guardam segredos.
Olívia descobre que seu filho Raleigh de 16 anos tem entrado na casa das pessoas enquanto elas estão fora, bisbilhotando e acessando seus computadores. Quando ela o confronta, ele admite ter feito isso apenas em duas ocasiões e que enviou emails se fingindo ser o dono da conta.
Decepcionada com o comportamento do filho, ela escreve duas cartas anônimas iguais e envia à essas casas, se desculpando pelo filho e os alertando do quão frágil é a segurança deles.
Um desses moradores porém avisa o bairro sobre essa carta, colocando todos em alerta enquanto o outro vizinho prefere manter sigilo.
Em outra casa, Robert avisa a polícia sobre o desaparecimento de sua esposa, no entanto eles não dão muita atenção pois acreditam que ela apenas tenha fugido com outro homem. Duas semanas depois o corpo dela é encontrado.
Quando a polícia começa investigar o assassinato de Amanda muitos suspeitos aparecem, pois ela tinha envolvimento com outras pessoas.
Agora os vizinhos desconfiam um dos outros e até mesmo as esposas começam a desconfiar dos próprios maridos.

A estória é ótima, achava todos culpados e a cada momento mudava de opinião. Mas a certeza mesmo só chega no final, que apesar de não ter me surpreendido totalmente, foi um bom desfecho. Os personagens tomam umas atitudes tão descabidas que os torna ainda mais reais.
Aqui temos uma mistura de thriller doméstico com psicológico e policial. E o finalzinho deixa um gancho para quem sabe um próxima estória. 
"Alguém que conhecemos" foi um ótimo passatempo, com uma quantidade de páginas satisfatória sem chances para enrolação.

Nota: 4 ★


(Li o Ebook em inglês)

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9 de dezembro de 2020

Bring Me Back - B.A. Paris



Um jovem casal britânico está de férias, dirigindo pela França, quando eles param para abastecer. Ele entra para pagar, ela fica no carro. Quando ele volta, a porta do carro foi deixada aberta, mas ela não está dentro. Ninguém a vê novamente.  

Dez anos depois, ele está noivo; ele está feliz e seu passado é somente uma pequena parte de seu passado, agora. Até que ele chega em casa do trabalho, e encontra sua noiva sentada no sofá. Elá está revirando algo nos dedos, segurando contra a luz. Algo que não valeria a pena para outra pessoa, algo que apenas ele e ela teriam conhecimento, porque a esposa dele é a irmã de seu primeiro amor desaparecido.  
Conforme várias questões surgem, o casamento deles se torna tenso. Seu primeiro amor encontrou uma maneira de voltar para ele, depois desse tempo todo? Ou, a pessoa que levou ela, está brincando com a mente dele?



RESENHA:
09/12/2020

Queria muito ter gostado desse livro assim como gostei de "Entre quatro paredes" e "À beira da loucura", mas infelizmente não deu. A trama não me impressionou nem um pouco e depois de um tempo de leitura percebi o rumo que a estória estava tomando e não fiquei surpresa.
Logo no início a leitura te prende. Finn e sua namorada Layla param numa área de descanso para que ele possa usar o banheiro e quando volta ela desapareceu.
Doze anos depois, ainda sem nenhuma pista do que aconteceu, Finn está prestes à se casar com a irmã de Layla, Ellen. Assim que o noivado é noticiado ele começa a receber bonecas russas em sua casa, algo que diz respeito apenas à infância das irmãs.
Finn começa a desconfiar que Layla esteja de volta e logo ele começa a receber emails que o deixam ainda mais confuso. Mas para variar, ele não compartilha suas desconfianças com Ellen.

Quando entramos na segunda parte do livro, já sabemos quem é o responsável e também é quando a trama perde o fôlego e nada mais interessante acontece.
Finn fala o tempo todo, a leitura é baseada nisso, mas não vemos ações.
Caímos numa troca cansativa de emails de ambas as partes e assistimos Finn igual barata tonta desconfiando de todos e em seguida mudando de atitude. Isso se repete por todo o livro.
Finn é um idiota. Seu comportamento irrita e isso é um dos motivos que não compreendi a devoção de Harry por ele. 
Harry assim como outros personagens são apagados e mal aproveitados na trama. Você fica sem saber à que veio cada um deles.
Passado da metade já não torcia para nenhum, pois é um triângulo que de uma maneira ou outra não iria agradar.
Para piorar, a autora criou um plot tão absurdo que foi impossível acreditar. No mundo real não consigo imaginar uma maneira daquilo funcionar.
Enfim, se fosse apenas isso tudo bem, mas como a trama não desenvolveu e a autora deixou tudo para o final, numa narrativa longa, eu definitivamente não curti o livro.
O ponto positivo é que a leitura é rápida, pois você fica esperando que algo aconteça a qualquer momento.
Apesar de tudo, vou continuar lendo o que a autora lançar.

Nota: 3 ★

* Livro somente em inglês  Aqui *

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5 de dezembro de 2020

Daqui a cinco anos - Rebecca Serle

 

Onde você se vê daqui a cinco anos? Dannie Kohan sabe exatamente o futuro que deseja e o que deve fazer para conquistá-lo. Depois de arrasar na entrevista para seu emprego dos sonhos em um dos maiores escritórios de advocacia de Nova York e de ser pedida em casamento pelo namorado, ela vai dormir com a certeza de que está no caminho certo para realizar todos os seus planos.

Quando acorda, entretanto, ela está em um apartamento diferente, com outro anel de noivado no dedo e um homem que nunca viu antes ao seu lado. A televisão mostra que é a mesma noite — 15 de dezembro —, mas cinco anos no futuro.

Depois de uma hora intensa e chocante nesse cenário, Dannie acorda de novo, de volta ao presente, como se nada tivesse acontecido. Profundamente abalada e sem entender o que houve, ela decide acreditar que foi apenas um sonho, por mais realista que tenha sido. E parece funcionar. Isto é, até quatro anos e meio depois, quando Dannie encontra o homem que viu naquela noite inusitada.

Ao mesmo tempo divertida e emocionante, Daqui a cinco anos é uma história sobre lealdade, amor, amizade e a natureza imprevisível do futuro.

RESENHA:
05/12/2020

Esse livro está longe de ser um romance, portanto se você está esperando por isso desista. É um grande drama, sobre amizade, recheado de rotinas monótonas de uma protagonista chata, egoísta e mandona.
A sinopse é atrativa, porém enganosa. Quando você começa a ler espera uma coisa mas a autora sai totalmente do proposto e desenvolve uma outra trama.
A estória não desenvolve e se arrasta até o final, para conectar com aquele sonho que ele teve no começo, mas não me ganhou. Achei tudo forçado para se encaixar e ainda por cima não foi o que parecia ser.
As motivações da protagonista para impedir que o futuro se concretizasse eram fracas e não convenceu.
Outras inúmeras situações que não tem pé nem cabeça, mas que não posso citar por que entregaria o que acontece com um personagem.
Os diálogos dela com o namorado é chato, com a amiga é chato, no trabalho idem. E falando em namorado, em algumas ocasiões você até esquece que o coitado existe.
A moça acorda num apartamento que não é dela, vivendo uma outra vida, noiva de outro cara e ela faz o que? Corre pro banheiro e lá encontra seu creme facial da sua marca preferida e vai passar no rosto ainda kkkk. Super preocupada ela!
Narrativa cansativa, fútil demais. A autora encheu o livro todo com diálogos e situações que não acrescentaram nada e foi um desfile sem fim de marcas. Um verdadeiro merchan.

Não gostei de nada nesse livro, foi uma perda de tempo, só não abandonei pq tem 227 páginas. E olha que já abandonei livros menos ruim que esse.

Nota: 2 ★

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