28 de novembro de 2018

O Jardim das Borboletas - Dot Hutchison


Quando a beleza das borboletas encontra os horrores de uma mente doentia. Um thriller arrebatador, fenômeno no mundo inteiro. Perto de uma mansão isolada, existia um maravilhoso jardim. Nele, cresciam flores exuberantes, árvores frondosas... e uma coleção de preciosas “borboletas”: jovens mulheres, sequestradas e mantidas em cativeiro por um homem brutal e obsessivo, conhecido apenas como Jardineiro. Cada uma delas passa a ser identificada pelo nome de uma espécie de borboleta, tendo, então, a pele marcada com um complexo desenho correspondente. Quando o jardim é finalmente descoberto, uma das sobreviventes é levada às autoridades, a fim de prestar seu depoimento. A tarefa de juntar as peças desse complexo quebra-cabeça cabe aos agentes do FBI Victor Hanoverian e Brandon Eddison, nesse que se tornará o mais chocante e perturbador caso de suas vidas. Mas Maya, a enigmática garota responsável por contar essa história, não parece disposta a esclarecer todos os sórdidos detalhes de sua experiência. Em meio a velhos ressentimentos, novos traumas e o terrível relato sobre um homem obcecado pela beleza, os agentes ficam com a sensação de que ela esconde algum grande segredo.

RESENHA:
28/11/2018

"Algumas pessoas desabam e nunca mais levantam. Outras recolhem os próprios cacos e os colam com as partes afiadas viradas para fora."

O Jardim das Borboletas é um livro tenso. Sua trama prende, te tortura psicologicamente com uma narrativa chocante e por vezes pesada.

Não é um livro que recomendo para pessoas depressivas pois é uma estória que mexe com o lado mais sensível do leitor.
Não vou contar nada além da sinopse, pois funcionou maravilhosamente bem para mim sendo surpreendida durante a leitura.

A estória começa com o FBI interrogando Maya, uma das sobreviventes do Jardim. Ela está machucada mas muito consciente da situação e é ela quem vai narrar toda a estória, em primeira pessoa.
Os agentes Victor e Eddison irão conduzir a entrevista, Victor por ser pai de adolescentes terá mais tato e sutileza, já Eddison por motivos que serão explicados depois será o bad cop, perdendo a calma algumas vezes e sempre desconfiando da moça.
Quando a estória está sendo contada na sala de investigação, a narração é feita em terceira pessoa e muda para a visão da Maya quando ela responde as perguntas.
Assim, a trama é dividida em 3 capítulos (o último com poucas páginas) mas as narrativas são curtas e separadas de uma maneira confortável para o leitor acompanhar.

O que é essa vida dentro do jardim? Não consigo imaginar viver presa numa caixa de vidro, refém de um doente que pensa ser romântico e está fazendo o que é certo. 
Não há expectativa de vida para essas meninas. Elas não tem esperança de um dia conseguir sair dali e algumas estão realmente perdendo sua identidade, esquecendo suas estórias, o rosto de seus familiares.
Além de viver à mercê dos caprichos do Jardineiro, as meninas são submetidas à outros tipos de tortura do filho mais velho que por incrível que pareça é ainda mais doente que o pai.
Quanto mais eu lia, mais tinha pressa em saber como aquilo acabaria.
Em algum ponto da estória, a chegada de um outro personagem cria algumas expectativas ao mesmo tempo que deixa a estória um pouco mais morna.
O ápice é quando chega a última "borboleta" e foi impossível não me emocionar com a narrativa.
Falando em narrativa, preciso dizer como eu amei essa característica muito particular da Maya em nos contar a estória. É absolutamente envolvente a maneira com que ela narra, é tão vivo e real que toca fundo na gente.
As frases dela, a maneira com que ela conta uma estória, o tato dela com as outras meninas é algo cativante. Sem contar que é tão inteligente e comunicativa que não aparenta a idade que tem.

Mas algumas coisas me incomodaram e fizeram dar uma nota mais baixa. Primeiro foi o relacionamento dela com o Jardineiro, algumas vezes a autora parecia romantizar e isso me incomodou.
A descrição do próprio jardim é confusa. Não foi um cenário que consegui visualizar, tive dificuldade nisso.
Mas o ponto baixo de tudo foi o final. Esperei tanto por aquele momento e foi decepcionante.
Imaginava algo chocante ou até mesmo surpreendente mas não, e isso foi um banho de água fria. Achei que a trama merecia algo maior.
Só depois que terminei o livro que fiquei sabendo que teria continuação, mas honestamente não sei se quero ler.
No entanto eu recomendo a leitura, é uma ótima pedida para quem curte o gênero mas tem estômago para algumas cenas difíceis de digerir.

Nota: 4 ★

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