28 de dezembro de 2015

A Garota no Trem - Paula Hawkins




"Você não sabe quem ela é, mas ela conhece você."

Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Janson –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida.

Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

Resenha:
28/12/2015


Há tempos que um livro não me pega desse jeito, a ponto de não ver a hora de voltar pra casa pra continuar lendo, a ponto de correr pra ele quando se tem uma folguinha.
Nunca tinha ouvido falar desse livro, até que vi uma resenha no you tube sobre os livros que deveriam ser lidos esse ano. O primeiro comentado foi Caixa de Pássaros e como não gostei,  já não confiei muito nesse aqui.
Parei de ver a resenha e fui atrás da sinopse e logo quis o livro. Tenho interesse por suspense/thrillers psicológicos e esse foi uma surpresa deliciosa nessas férias.

O livro é narrado por 3 mulheres diferentes, sendo Rachel a principal.
Ela é divorciada, alcoólatra e ainda apaixonada pelo ex. Todo dia ela pega o trem para Londres no mesmo horário e para passar o tempo, inventa estórias para cada coisa que ela vê, presta atenção na vida das pessoas que moram nas casas à margem da linha do trem.
Ela divide a casa com uma colega, mas passa a maior parte do tempo sozinha, não tem amigos e vive deprimida. Devido à sua falta de perspectiva, de objetivos, ela se apega à bebida como válvula de escape.
Nessas idas e vindas, um casal em especial chama sua atenção. Todos os dias eles tomam café da manhã juntos na varanda e ela imagina a estória deles, uma vida aparentemente perfeita.
Um dia, numa dessas paradas, ela percebe algo muito fora da rotina de Jess (o nome que ela deu pra moça da casa) e logo depois essa moça é dada como desaparecida. Aí então ela acha que deve procurar a polícia e avisar o que viu. 
Dessa vez ela acha que tem um propósito, algo com que se ocupar e tentar descobrir o paradeiro da moça.
Entre os apagões por causa da bebedeira, ela liga para a casa do ex marido, irrita a atual mulher, fica rodeando a casa deles e ninguém à leva a sério, nem mesmo a polícia devido ao seu histórico com a bebida. Mesmo assim ela se envolve, corre atrás de pistas que levam ao sumiço da mulher.
As outras narradoras são Megan, a moça desaparecida; e Anna, a atual esposa. As datas se alternam de uma narradora pra outra então você precisa ter atenção para não se perder.
Não me apeguei à Megan e nem à Anna, achei as duas muito egoístas e superficiais, quanto à Rachel, me peguei na torcida para que ela não sucumbisse à bebida quando parecia estar indo bem.
Entre um capítulo e outro você vai conhecendo aos poucos a história dessas 3 mulheres e em que ponto elas se conectam.
A narrativa é ágil, intensa, em nenhum momento ficou tediosa. Comecei a ler pra ver se era bom e não consegui mais parar, quando percebi já estava quase na metade do livro.
O culpado(a) não foi uma surpresa pra mim, pelo contrário, era meu suspeito(a) desde o princípio. Mas isso não estragou a leitura, achei genial! Talvez não teria gostado tanto se fosse outro.
Gostei do desfecho, achei que foi condizente com toda a estória.
E adorei saber que vai virar um filme, só espero que sejam bem fiéis ao livro.

Nota: 5 ★ 




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